quarta-feira, 27 de maio de 2009

Os presidentes do Brasil

Os presidentes do Brasil

Coluna Econômica - 26/05/2009
Luis Nassif

Neste fim de semana abri uma discussão em meu Blog sobre os presidentes da história da República. Houve uma discussão acesa. Primeiro, coloquei aqueles que – na minha opinião – foram divisores de água, mudaram o país.

Em primeiro lugar, obviamente, Getúlio Vargas. Tanto no período da ditadura do Estado Novo, quanto no segundo governo, democrático, Vargas lançou as bases do Brasil moderno, teve visão estratégica para perceber os movimentos da política internacional e tirar benefícios para o país.

Em segundo, Juscelino Kubistcheck. Cometeu erros enormes, especialmente no descalabro financeiro da República, na aventura de Brasília. Mas, no essencial, teve a grande intuição de, também, entender a mudança de ventos no mundo, se beneficiar da realocação de fábricas e completar o ciclo inicial da industrialização – que tinha sido iniciado por Vargas.


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Inclui – sob críticas – o governo Castello Branco. Para completar o desenvolvimento capitalista brasileiro, havia a necessidade de um vasto conjunto de reformas, todas já esboçadas nos anos anteriores, mas não implementadas devido às sucessivas crises políticas nos governos JK, Jânio e Jango. No seu curto governo, ainda que beneficiado pela ditadura, Castello teve o descortínio de se cercar de técnicos competentes e implementar um conjunto relevante de reformas, no campo fiscal-tributário, no mercado de capitais, na legislação trabalhista.


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Incluí também o governo de Ernesto Geisel. Em que pesem os erros de ampliar o endividamento público e externo, em um período de crise global (produzido pela alta nos preços do petróleo), Geisel logrou completar o ciclo de industrialização brasileiro, com os grandes investimentos na petroquímica, siderurgia, não-ferrosos.


Finalmente – para ampliação maior dos protestos – incluí o primeiro ano do governo
Fernando Collor. Houve erros absurdos, o desmanche de áreas vitais – na reforma administrativa -, mas Collor conseguiu romper a inércia que amarrava o país ao brutal centralismo econômico estatal do período anterior.


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Depois, incluí duas categorias, o das grandes oportunidades perdidas. Nelas, entra Campos Salles e Fernando Henrique Cardoso. Foram governos que tiveram o mérito de controlar crises financeiras graves. Mas a opção adotada foi a de pleno privilegiamento dos capitais especulativos externos (na verdade, capitais brasileiros que entravam como sendo estrangeiro), subordinando o desenvolvimento do país à sua própria lógica de poder.


Tanto em um governo quanto em outro, havia condições especialíssimas de desenvolvimento, capital disponível, economia mundial bombando. Campos Salles optou por uma política fiscal e cambial que atrasou por décadas o processo de substituição de importações no país. FHC criou uma dívida monumental, exclusivamente para não mexer na liberdade dos fluxos de capitais, nem permitir desvalorizações cambiais que trouxessem prejuízos a eles.


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Ainda é cedo para uma avaliação mais precisa do governo Lula.

Desemprego freia confiança


O consumidor brasileiro está mais confiante no futuro da economia, e se preocupa com o desemprego. O ICC (Índice de Confiança do Consumidor) da FGV subiu 1,3% de abril para maio, chegando a 100,5 pontos. "A economia está melhorando, mas o maior impacto é sobre o mercado de trabalho, e neste ponto ele ainda está resistente", disse a coordenadora da pesquisa, Viviane Bittencourt. O item de condições atuais de emprego avançou de 24 para 24,3 pontos no mesmo período, ritmo abaixo do ICC.


Crédito aumenta no BB


Os clientes pessoa física do Banco do Brasil terão mais crédito e a juros menores. O banco vai aumentar o volume de financiamentos em R$ 13 bilhões, que estarão disponíveis por meio da elevação automática do limite pré-aprovado de 10 milhões de clientes, a uma taxa média reduzida para 6,19%. A mudança não vai aumentar o risco de crédito, garante a instituição, que reafirmou sua meta de crescer entre 23% e 25% no segmento de pessoa física em 2009.

Retração do PIB aumenta


O mercado ficou mais pessimista em relação ao desempenho econômico neste ano. De acordo com a pesquisa Focus do Banco Central, as projeções sobre a retração do PIB de 2009 aumentaram de -0,49% para -0,53%. Na semana passada, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o país crescerá 1% neste ano. Para a taxa Selic, a expectativa é de queda para 9% em dezembro – atualmente, a taxa está em 10,25% ao ano.

Viagens dão resultado


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que as viagens internacionais que vem fazendo estão trazendo resultados comerciais. "Porque o Brasil hoje tem uma relação comercial diversificada, muito ampla e a tendência é a gente crescer ainda mais", disse durante seu programa semanal de rádio. Na semana passada, Lula esteve na Arábia Saudita, China e Turquia, onde assinou vários acordos comerciais. Para ele, as viagens vão continuar, porque não se pode esperar que "o comprador bata a nossa porta".


PIB dos países da OCDE cai 2,1%

A queda de 4% do PIB japonês no primeiro trimestre contribuiu consideravelmente para a retração econômica de 2,1% dos países membros da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), que agrega os 30 países que produzem mais da metade da riqueza do mundo. Esta foi a maior queda apurada pelo bloco desde o início do levantamento, em 1960. Os PIBs da Alemanha, Zona do Euro e Estados Unidos também sofreram fortes baixas no período.

Alemanha e Japão melhoram


Duas das maiores economias do mundo apresentam sinais de melhora econômica, mas ainda se encontram em recessão. Em maio, o índice de confiança dos empresários da Alemanha subiu para 84,2, ante os 83,7 em abril, apurado pelo instituto de pesquisa Ifo. No Japão, o governo aumentou sua perspectiva para a economia pela primeira vez em três anos, analisando que o ritmo da recessão está se desacelerando, enquanto as exportações e a produção industrial se aproximam do fundo do poço.


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